Thursday, December 17, 2009

EXISTIR EM PRATA

Prata é a cor natural do brilho, sem artifício. É substância e adjetivo, um bungee jump que sem querer nos livra do abismo. Ali pelos vinte anos blue, quando não entendia direito o significado que os dicionários não guardam para a palavra dispnéia (posto ser aquilo de que a existência nos priva, uma felicidade com limites, uma plenitude sem força), ganhei de minha mãe um cordão de prata, o que ganhei? Um ansiolítico mineral, um adereço de alma, uma potosi de ternura? A matéria de moldar uma das primeiras e mais primitivas poesias? O que disse minha mãe, na verdade, ecoa ainda no silencio auspicioso de toda prata: a ave e o presságio, também a promessa e o vôo...

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