Sunday, November 22, 2009

EXISTIR EM ARCO-ÍRIS

A pele muita branca e muito fina, que cor restaria depois de um dia tão intensamente solar como aquele? Encontrei por acaso um clip do Marmelade tocando Rainbow, com aquela arte dos anos 70 que relativiza o tempo, tão psicodelicamente próximo e diverso de você agora, tão incomensuravel a distância entre as estrelas nas duas pontas do arco-íris, deve ter rodado no Jornal Hoje. O presente é psicodélico neste admirável mundo novo. O que faria os camponeses de Thomas Muentzer tomarem para a si a bandeira do arco-iris que não outra crença fantástica numa nova era? Quando metade do céu ainda está escuro da chuva que não cessou de cair e você se posiciona do lado claro do dia, então você vê: o vermelho é a luz, laranja cura, amarelo é o próprio sol, o verde é a calma, azul é arte e lilás espírito. Saiu cedo de casa, na verdade, antes que pudesse constatar o que já se esperava, o que já se sabia desde que a moça do tempo disse e avisou no jornal. O que há de comum entre o gay pride e as demandas de internacionalismo e unidade dos povos além de seus símbolos? A moça do tempo de fato alertou, sobretudo aos de pele muito fina e muito branca: protejam-se do que vem mais além do arco-íris e não é pote de ouro, nem estrela pontiaguda e fria. Protejam-se daquilo que sobeja e se espalha à velocidade da luz, protejam-se do tempo.

1 Comments:

Blogger Maria said...

È poeta, os meus tem sido de transmutação, de amor e de morte. Tenho pensado em violeta.
Clarice talvez tenha razão, a exceção das crianças que não devem morrer nunca, a morte na doença e na senilidade me parece uma musa de contornos irresistíveis. Dar-lhe as mãos, o último prazer terreno.
PS: Lindas são suas palavras. O meu é um compêndio dos poetas maiores e minhas incursões envergonhadas no mundo dos léxicos.

5:00 AM  

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